Amigos e familiares de Melissa Mazzarello de Carvalho Santos comemoraram a condenação de Leandro de Barros Soares a 25 anos e 6 meses de prisão por matar a psicóloga. Leandro foi considerado culpado por homicídio doloso e triplamente qualificado por motivo torpe, crueldade e feminicídio.
Após a decisão do Tribunal do Júri de Sobradinho, os familiares se reuniram e fizeram uma oração em agradecimento ao resultado da sentença.
“Estamos satisfeitos com a decisão, até porque o que mais queríamos é que os filhos não tivessem contato com o Leandro até a maioridade”, disse o pai de Melissa, Luiz Gomes.
Melissa e Leandro tiveram dois filhos, um de 11 e outro de 8 anos. “O que queríamos mesmo era que esse crime nunca tivesse ocorrido, que nossa filha estivesse bem. Agora vamos transformar a dor em saudade”, completou. A família tinha expectativa de que o réu fosse condenado a uma pena de 20 a 30 anos. “Vinte e cinco anos está na média do que estávamos esperando”
O advogado da família que auxiliou a acusação Marco Antônio ressaltou que considerou adequada a decisão do júri em aceitar todos os qualificadores. “Foi um crime brutal e essa foi uma decisão justa”.
Já a advogada da defesa de Leandro, Kelly Moreira informou que pretende recorrer da sentença. “O julgamento feriu ritos do trâmite processual, queremos pedir a nulidade para a convocação de um novo júri”, disse.
A defesa criticou também os anos da pena, já que Leandro teria se entregado e confessado o crime. Ele está preso desde 2021.
Em frente ao fórum, os familiares bateram palmas e ligaram para amigos para contar. Em oração, o pastor Samuel, casado com amiga de Melissa, orou agradecendo pela decisão e pedindo o fim de relacionamentos com sensação de posse.
Julgamento
Após mais de 12 horas de julgamento, o Tribunal do Júri de Sobradinho condenou Leandro De Barros Soares pelo crime de feminicidio. O criminoso foi sentenciado a 25 anos 6 meses de reclusão por homicídio triplamente qualidade, sendo por motivo torpe (ciúme) métodos crueis (asfixia) e feminincidio. A decisão ocorreu na noite desta terça-feira (8/9).
O julgamento teve início às 10 horas, com os depoimentos do pai e do irmão de melissa. Também foram ouvidos um policial que registrou agressão anterior sofrida pela vítima; uma amiga com quem ela teria confidenciado episódios de violência doméstica; parentes de Leandro.
Em depoimento, Leandro disse que no dia anterior viu uma conversa de Melissa com uma amiga e teria usado a palavra traição na troca de mensagem.
No dia seguinte, quando percebeu a esposa psicóloga fazendo atendimento online e o celular da vítima em outro comodo. Ele teria pegado para ler as mensagens.
Quando Melissa finaliza o atendimento, vê o marido do com o aparelho e resolve pegar. Neste momento Leandro se descreve como “imprudente” ao tentar afastar a esposa e “por acidente” teria esganado a esposa.
Leandro confirmou que não pediu socorro a bombeiros ou ao Samu. Em seguida, ele teria ido buscar os filhos na escola e levado a casa da mãe. Nesse momento, saiu de lá com irmão para o advogado. Na mesma noite, ele se entregou à policia.
Em depoimento, Leandro justificou o crime alega do ter sido traído e se sentir inseguro na relação. A tese, no entanto, foi criticada pela acusação já que o argumento de Legítima Defesa da Honra foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 1º de agosto deste ano. Isso significa que que está vedado o argumento de ciúmes para justificar um assassinato.