Copa do Mundo Feminina já é histórica em termos de visibilidade, diz especialista

A Copa do Mundo Feminina começou nesta quinta-feira (20), sediada por Austrália e Nova Zelândia, já é “histórica.”

Esta é a avaliação da diretora técnica do Museu do Futebol, em São Paulo, Marilia Bonas.

À CNN Rádio, no CNN Plural, ela afirmou que o avanço é notório em termos de “visibilidade, cobertura e acesso.”

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“Neste ano, a Seleção Brasileira tem avião específico para as atletas, uniforme próprio, que só surgiu em 2015, além da conquista em investimento – ainda que assimétrico em comparação ao masculino.”

Ela destaca que “é importante valorizar e torcer” durante toda a competição, que terá ponto facultativo para servidores públicos nos jogos do Brasil.

A Seleção estreia na próxima segunda-feira (24), diante do Panamá.

Ao mesmo tempo, a especialista ponderou que “a história do futebol feminino é marcada por desigualdades.”

Marilia lembra que a modalidade feminina foi proibida por lei por mais de 40 anos no Brasil.

A lei entedia “a mulher como tendo a função primordial de reprodutora na sociedade” e, portanto, o corpo feminino “não poderia ser ameaçado nessa função.”

Outras modalidades femininas também foram banidas, como o atletismo.

“Isso não significa que as mulheres pararam de jogar, mas atuavam em campeonatos amadores, no circo, à margem da prática da modalidade, obviamente, com muitos casos de prisão”, disse Marilia.

Ela explicou que isso começou a mudar na década de 80, no período de redemocratização, e em 1983 o decreto caiu.

“A partir disso, começa reorganização, mesmo que no amador, para as mulheres voltarem oficialmente a competir.”

O Museu do Futebol, que fica no estádio do Pacaembu, em São Paulo, trabalha desde 2015 sobre o futebol feminino.

Atualmente, acontece a exposição Rainha de Copas, que conta a trajetória dos mundiais femininos, que teve a primeira competição em 1991.

*Com produção de Isabel Campos

 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Copa do Mundo Feminina já é histórica em termos de visibilidade, diz especialista no site CNN Brasil.

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