Acreditar que a diabetes se desenvolve apenas devido ao consumo exagerado de açúcar é desconhecer a complexidade da doença. Embora uma alimentação inadequada seja um fator de risco importante, a diabetes não pode ser simplificada como consequência direta do consumo de açúcar.
A condição é determinada por uma interação entre genética, estilo de vida e histórico médico pessoal. Embora a dieta inadequada seja um fator de risco significativo, ela não é a única causa.
A endocrinologista Marcela Rassi lista 5 mitos e 5 verdades sobre a diabetes. Confira:
Mitos
1 – Diabetes é causada pelo consumo excessivo de açúcar
O desenvolvimento da diabetes está geralmente relacionado ao consumo excessivo de açúcar, mas a realidade é que embora a alimentação inadequada seja um fator de risco expressivo, a diabetes é uma condição complexa que pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo a genética, o estilo de vida e a história médica pessoal.
Embora o consumo excessivo de açúcar possa contribuir para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, especialmente quando combinado com outros fatores de risco, como obesidade e falta de atividades físicas, ele não é a única causa da doença.
O diabetes tipo 1, por exemplo, é uma condição autoimune em que o corpo ataca as células produtoras de insulina, não tendo relação direta com a ingestão de açúcar.
2 – Apenas pacientes com sobrepeso ou obesas podem desenvolver diabetes
O diabetes tipo 2 está fortemente ligado à obesidade e ao excesso de peso, mas pessoas com peso normal também podem desenvolvê-lo. Fatores genéticos e estilo de vida desempenham um papel significativo.
3 – Diabetes é uma “doença da terceira idade”
Pelo contrário, por conta dos maus hábitos cada vez mais presentes no estilo de vida atual, o diabetes tipo 2 é um diagnóstico que vem crescendo entre crianças e adolescentes. Já o diabetes tipo 1, particularmente, é bastante comum em jovens.
4 – Insulina é a cura para a diabetes
A insulina não cura a diabetes. Ela controla os níveis de glicose (açúcar) no sangue e é fundamental para o controle da doença e a qualidade de vida de pacientes diabéticos.
5 – Pacientes com diabetes nunca podem comer açúcar
Pessoas com diabetes podem consumir açúcar, mas precisam monitorar a ingestão e equilibrá-la dentro de uma dieta saudável. A chave está no controle da quantidade e na escolha de opções mais saudáveis.
Além disso, é importante considerar o impacto do açúcar na glicemia e ajustar a dose de medicamentos, como insulina, conforme necessário.
1 – A diabetes tipo 2 pode ser prevenido ou retardado com alterações no estilo de vida
A mudança de hábitos, especialmente os que estão ligadas à alimentação e às atividades físicas, bem como a manutenção de um peso saudável são medidas altamente eficazes na prevenção e controle da diabetes tipo 2.
2 – O estresse pode afetar os níveis de glicose no organismo
Quando uma pessoa está estressada, o corpo libera hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina, que podem aumentar os níveis de glicose no sangue. Daí a importância de cuidar também da saúde mental, pois o estresse pode dificultar o controle dos níveis de açúcar no sangue, comprometendo a qualidade de vida do paciente com diabetes.
3 – A diabetes afeta a saúde bucal
Pacientes com diabetes precisam ter maior atenção à saúde bucal, pois estão mais propensos ao desenvolvimento de gengivite e periodontite.
4 – A diabetes pode contribuir para complicações renais
O controle inadequado do diabetes pode, sim, causar danos aos rins. Diabetes sem controle aumenta o risco de insuficiência renal e pode levar à necessidade de diálise.
5 – A diabetes gestacional pode aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no pós-gestação
Mulheres que desenvolveram diabetes gestacional têm risco aumentado no desenvolvimento de diabetes tipo 2 numa fase posterior da vida. Isso destaca a importância do acompanhamento médico regular e da adoção de hábitos de vida saudáveis para reduzir o risco.
O recomendado é fazer monitoramento anual dos níveis de glicemia mesmo depois da gestação.
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A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratada Oscar Wong/ Getty Images
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A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas moodboard/ Getty Images
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A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpo Peter Dazeley/ Getty Images
Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o mal Peter Cade/ Getty Images
A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais Maskot/ Getty Images
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Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dieta Artur Debat/ Getty Images
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A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outros Chris Beavon/ Getty Images
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Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamento Guido Mieth/ Getty Images
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É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doença GSO Images/ Getty Images
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Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de risco Thanasis Zovoilis/ Getty Images
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Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecções Peter Dazeley/ Getty Images
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O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes) Panyawat Boontanom / EyeEm/ Getty Images
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Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controle Oscar Wong/ Getty Images
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Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressão Image Source/ Getty Images
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