O número de doentes renais no Brasil dobrou na última década, como mostram dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Estima-se que 10 milhões de brasileiros sofram de doença renal crônica, condição que se torna mais comum conforme a idade avança.
Segundo a SBN, a prevalência da doença renal crônica no mundo é de 7,2% para indivíduos acima de 30 anos. Já para indivíduos acima de 64 anos, esse número fica entre 28% e 46%.
A doença renal crônica é mais frequente em pacientes hipertensos, diabéticos, que usam anti-inflamatórios não hormonais indiscriminadamente ou com histórico familiar de insuficiência renal. Ela se caracteriza pela perda progressiva e irreversível da função dos rins. A doença requer, como parte do tratamento, a hemodiálise.
Hemodiálise e diálise no tratamento da doença renal crônica
O uso de cateter como acesso venoso é o mais comum, mas também o que apresenta mais problemas. Um estudo conduzido por profissionais de enfermagem, publicado na Revista da Escola de Enfermagem da USP, apontou que 100% dos eventos adversos relacionados à hemodiálise são de cateter obstruído por coágulo sanguíneo.
As complicações envolvendo o cateter podem ser graves e prejudicar o tratamento do paciente. Outro problema frequente é a retirada acidental da agulha do acesso venoso, que pode causar até a morte do paciente.
9 imagens
1 de 9
Os rins têm como função principal filtrar o sangue e eliminar substâncias tóxicas que podem afetar o bom funcionamento do organismo. Quando perde a habilidade de funcionar, o corpo passa a apresentar quadro de insuficiência renal
SEBASTIAN KAULITZKI/Getty Images
2 de 9
Em outras palavras, a insuficiência renal é causada pela incapacidade do rim de exercer sua principal função e, consequentemente, não conseguir impedir que grandes quantidades de resíduos e impurezas fiquem no sangue. Quando isso acontece, o organismo para de funcionar corretamente podendo evoluir a situação do paciente para óbito
martin-dmcv/Getty Images
3 de 9
Levando em consideração a velocidade com que a perda da função renal acontece e que os sintomas surgem, o problema pode ser dividido em duas categorias: insuficiência renal aguda ou crônica
Ika84v/Getty Images
4 de 9
A insuficiência renal aguda é diagnosticada quando a redução da função dos rins acontece de maneira reversível. Já na insuficiência renal crônica, a perda da função é gradual, não tem cura e os sintomas são progressivos
Nes/Getty Images
5 de 9
Entre as principais causas do problema, pode se destacar a falta de hidratação, lesões causadas no órgão devido a pedras na região e uso de medicamentos fortes ou em excesso. Além disso, também pode ser causada por conta de diabetes, hipertensão, sepse, presença de cistos nos rins e Síndrome hemolítico-urêmica
choicegraphx/Getty Images
6 de 9
De uma maneira geral, os principais sintomas são: pouca urina, urina com espuma, cheiro forte ou com cor escura. Além disso, a pessoa doente pode apresentar dor na parte inferior das costas, inchaços irregulares nos pés e nas pernas, falta de apetite, tremor nas mãos, formigamentos nos pés, vômitos, náusea, febre alta, cãibras e cansaço frequentes
boonchai wedmakawand/Getty Images
7 de 9
O diagnóstico é realizado por meio de exames de sangue e de urina. Além disso, exames de ressonância magnética, ultrassom e de tomografia também podem ser indicados por um médico
Panyawat Boontanom / EyeEm/Getty Images
8 de 9
Dependendo da gravidade do quadro, o tratamento pode ser realizado em casa, com uso de anti-hipertensivos e diuréticos, ou no hospital. Em casos mais graves, o transplante de rim ou a hemodiálise são indicados. De qualquer forma, em ambas as situações deve-se ter acompanhamento de especialista
Morsa Images/Getty Images
9 de 9
Para prevenir o problema é necessário alimenta-se saudavelmente, não fazer uso de medicamentos sem prescrição médica, evitar o consumo de tabaco e bebida alcoólica. Além disso, é imprescindível ingerir bastante água e manter-se sempre bem hidratado
Sebastian Ramirez Morales/Getty Images
Segundo a OMS, há 133 mil pessoas no mundo que precisam de diálise. Isso representa um aumento de 33% em 10 anos – e esse número deve triplicar até 2030. Já no âmbito nacional, dos 10 milhões de pacientes brasileiros, 90 mil estão em diálise (um processo de estímulo artificial da função dos rins, geralmente quando os órgãos têm 10% de funcionamento), número que cresceu mais de 100% nos últimos dez anos.
Portanto, é preciso buscar formas de melhorar a via de acesso do tratamento. Dessa maneira, as técnicas endovasculares melhoram a qualidade de vida desses pacientes.
Técnicas endovasculares
Segundo o cirurgião vascular Caio Focássio, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), isso é possível por meio de uma técnica endovascular que pode aumentar a expectativa e a qualidade de vida do paciente. “É uma técnica em cortes, sem fissura, que mantém a fístula, que é o nosso acesso, ativa”, explica.