Amigos e familiares de Dad Squarisi se reuniram, na tarde desta sexta-feira (11/8), para se despedir da jornalista, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. A escritora morreu nessa quinta-feira (10/8), vítima de um câncer, diagnosticado há 7 anos. As homenagens ocorreram no velório da escritora, que contou com a presença de várias autoridades.
“Ela sempre foi um marco. Um exemplo de generosidade, dignidade, humildade, companheirismo. É até difícil definir e encontrar adjetivos capazes de descrever o que estamos sentindo neste momento. Mas, sem dúvida nenhuma, é muito doloroso”, lamentou, emocionado.
Várias autoridades também foram se despedir da escritora, como Sandro Avelar, secretário de segurança pública do DF, e Weligton Moraes, secretário de comunicação do DF.
A escritora construiu, durante os 77 anos de vida, uma legião de admiradores, de diversos nichos. O aposentado Luis Turiba, 73, afirmou que teve a honra de trabalhar com a jornalista, e que o legado que Dad deixou sempre será lembrado.
“Vim me despedir dessa mestra. Tenho uma admiração pela pessoa incrível que ela era, e sou grato por tudo que aprendi com ela. Hoje é um dia de grande tristeza, mas todos nós vamos carregar esse legado que ela deixou”, afirmou o escritor.
O presidente Sindicato de Escritores do Distrito Federal, Marcos Linhares também marcou presença na despedida e afirmou que Dad sempre será, para todos, um exemplo. “A Dad conseguiu aquilo que todo profissional quer na sua área: reconhecimento. Por onde ela passou sempre levou tranquilidade, gentileza e muito amor. Nós viemos aqui nos despedir não só da escritora, mas do ser humano que carregava todas essas qualidades” contou Linhares.
O filho da jornalista, Marcelo Squarisi, conversou com a reportagem e disse que espera que a mãe esteja descansando, após tantos anos de luta.
“A gente sente a perda, mas ela vinha nessa luta havia 7 anos. Então, por outro lado, sentimos que ela descansou. Ela compartilhou muito o conhecimento que tinha, conheceu muita gente, se realizou, então chegou a hora de ela descansar também”, desabafou.
Dad nasceu em Beirute, capital do Líbano, em 1946, mas veio ao Brasil com a família e adotou o país como lar.
A jornalista tornou-se referência na língua portuguesa. Autora de livros como 1001 dicas de português; A arte de escrever bem; e Como escrever na internet, ela ensinou a arte da comunicação a diversas gerações. Além do português e do árabe, ela dominava o francês, o inglês e o espanhol.
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Jornalista e editora de Opinião do jornal Correio Braziliense, Dad Squarisi não resistiu às complicações de um câncer Michael Melo/Metrópoles
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Na última semana, a família chegou a pedir doações de sangue para a jornalista Hugo Barreto/Metrópoles
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Dad Squarisi Hugo Barreto/Metrópoles
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Dad morreu aos 77 anos Reprodução/Redes sociais
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A jornalista deixa o filho, Marcelo, a nora, Katilen, e os netos, João Marcelo e Rafael Reprodução/Redes sociais
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Em 2016, ela chegou a informar quem a acompanhava da luta contra a doença Reprodução/Redes sociais
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Na época, ela teve leucemia e ficou internada no hospital Albert Einstein. Ela conseguiu um doador compatível na família e, agora, recupera-se da operação de transplante de medula Reprodução/Redes sociais
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A jornalista tornou-se referência na língua portuguesa Reprodução/Redes sociais
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Dad morreu aos 77 anos Reprodução/Redes sociais
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Repercussão
Muitos colegas jornalistas e personalidades de Brasília lamentaram a morte de Dad. “Dad Squarisi foi uma das mulheres mais elegantes com quem tive o prazer de trabalhar. Competente, generosa e suave, ela influenciou e inspirou uma geração de mulheres jornalistas”, disse Lilian Tahan, CEO do Metrópoles.
Cristovam Buarque, ex-governador do DF e ex-senador, foi um dos primeiros a se manifestar. “O mundo perdeu Dad Squarisi, uma libanesa que ensinava o Brasil a escrever português”, escreveu.
O presidente da Câmara Legislativa do DF, Wellington Luiz (MDB), também lamentou a morte da jornalista. “Brasília e o Brasil lamentam, profundamente, a perda da grande e querida Dad Squarisi, uma das referências atuais do universo das letras e do jornalismo. A perda dessa grande figura deixará um hiato no universo da comunicação, especialmente da capital, e principalmente aos seus fiéis leitores que acompanhavam suas colunas no Correio Braziliense”.