O velório será às 14h, na capela 04 do cemitério. O sepultamento, às 16h. “Deus convidou a nossa pequena anja para bater asas e voar para o céu. Lá ela estará em paz e olhando sempre por nós”, pronunciou-se a família por meio do anúncio do enterro.
A família aproveitou também para agradecer a contribuição da população com a vaquinha criada para custear o sepultamento de Sarah Raíssa. Segundo Kelly Luane, tia da garota, o valor necessário já foi arrecadado.
O que aconteceu
Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Sarah Raíssa Pereira de Castro deu entrada no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na quinta-feira (10/4), após ter inalado gás de desodorante.
A menina foi influenciada por uma trend do TikTok.
Sarah teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada após uma hora de tentativas por parte dos médicos. Ela, no entanto, não respondeu mais a estímulos e teve constatada a morte cerebral neste domingo (13/4).
Agora, a PCDF investiga como a criança teve acesso ao referido desafio. O caso é apurado pela 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro).
O delegado-chefe da 15ª DP, João Ataliba Neto, afirma que o responsável pela publicação do desafio poderá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado (através de meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos de idade), cuja pena pode alcançar os 30 anos de prisão.
Sarah morreu aos 8 anos vítima de inalação de gás de desodorante aerossol
Reprodução/Redes Sociais
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Menina inalou o produto após ver uma espécie de trend do TikTok
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Por que inalação pode levar à morte
O médico Paulo Guimarães, especialista em prevenção de acidentes domésticos e primeiros socorros a crianças e adolescentes, explica o que acabou tirando a vida de Sarah. “Os sprays [de desodorantes aerossóis] contêm gases como butano, propano e isobutano. Quando inalados, eles provocam hipóxia — ou seja, falta de oxigênio no corpo”, afirma o médico.
Segundo o especialista, a falta de oxigênio no corpo pode causar tontura, convulsões e parada cardíaca, o que levou Sara Raíssa a óbito. “Há, inclusive, a chamada síndrome da morte súbita por inalante, que pode ocorrer em questão de minutos”, alerta Paulo Guimarães.
“Esse desafio que circula nas redes sociais é extremamente perigoso”, conclui o especialista.