Três em cada 10 suspeitos de importunar sexualmente pessoas no Distrito Federal sequer são identificados. O delito que se repete a cada 15 horas no Distrito Federal deixa 30% dos criminosos impunes.
No ano passado, foram identificados apenas 591 autores das 846 ocorrências, sendo 578 homens e 13 mulheres. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).
O registrado em 2023 é, até o momento, o maior da série histórica, quando o crime de importunação sexual foi tipificado em 2018. No primeiro ano, foram contabilizadas 53 denúncias do crime no DF.
A importunação sexual foi Incluída no Código Penal brasileiro em setembro de 2018
Caio Ayres/ Arte Metrópoles
Importunação sexual
O projeto surgiu após casos sobre homens se masturbando e ejaculando em mulheres dentro de transportes públicos ganharem repercussão nacional Caio Ayres/ Arte Metrópoles
Importunação sexual 2
Constrangedor, o crime é caracterizado por qualquer ato libidinoso na presença de alguém sem que essa pessoa tenha dado consentimento Caio Ayres/ Arte Metrópoles
Importunação sexual 4
No DF, entre as ocorrências registradas em transportes, 68% ocorreram em ônibus, 15% no metrô, 12% em veículo de aplicativo e 2% em aviões Caio Ayres/ Arte Metrópoles
Importunação sexual 5
Ainda segundo o estudo, 98% das vítimas são mulheres e 6,3% são homens. 47% tem mais de 18 anos, 25% são menores e 12,5% tem mais de 31 anos Caio Ayres/ Arte Metrópoles
0
Assim como Larissa, a maior parte das vítimas é mulher, com idade entre 18 e 30 anos (42,6% nessa única faixa etária). Em seguida, as principais vítimas são menores de idade, em 28,6% dos casos.
Perfil das vítimas
A revoltante situação que Larissa viveu não é tão diferente da realidade das mulheres do DF. Segundo os dados, as 846 ocorrências de importunação sexual de 2023 tiveram 982 vítimas, sendo 884 mulheres e 98 homens. Em seis casos houve reincidência.
elevador
Vídeo: flagrado assediando nutricionista em elevador, homem é demitido Reprodução
Israel Leal Bandeira Neto
Israel Leal Bandeira Neto Reprodução
0
Nessa terça-feira (19/3), um passageiro de um carro de aplicativo foi preso após se masturbar dentro do veículo e assediar a motorista no Distrito Federal.
O homem teria dito à vítima: “Hoje eu quero gastar dinheiro com mulher. Quanto você quer para vir aqui atrás para me chupar?”. A motorista contou que cobrou respeito e, com medo, pediu para ele descer do carro, mas o homem disse que não.
Pelo espelho retrovisor, a vítima percebeu que ele se movimentava e fazia barulhos libidinosos. Aterrorizada, a motorista parou o carro três vezes, repetindo o pedido para o passageiro descer. Novamente ele se negou. A mulher contou que depois de alguns minutos olhou para trás e viu o homem com o pênis para fora, se masturbando.
Ela conduziu o carro até a 32ª Delegacia de Polícia e ele foi preso com as “calças arreadas”.
Imagens da câmera de segurança de uma casa gravaram o momento em que o criminoso, vestido com regata e bermuda pretas, aproxima-se das vítimas.
A mulher e a criança estavam paradas em frente a uma casa, quando o homem chegou por trás delas, abaixou a bermuda e se esfregou no corpo da mulher. Veja o vídeo:
A Secretaria Pública reforçou a importância em denunciar o crime. A Polícia Militar pode ser acionada pelo número 190 e a Polícia Civil pode ser feita online neste link, por e-mail denuncia197@pcdf.df.gov.br, telefone (197, opção 0) e pelo WhatsApp (61) 9.8626-1197.
Dentro de ônibus, os motoristas e cobradores são orientado sobre os procedimentos em casos de crime, podendo conduzir o veículo até a delegacia mais próxima ou interromper a viagem e acionar a Polícia Militar. Todos os anos, campanhas são feitas contra abuso e assédio sexual.
A SSP reforçou que o enfrentamento à violência contra a mulher é um eixo prioritário do programa da pasta, o “DF Mais Seguro – Segurança Integral”, que reúne uma série de ações e projetos que visam fortalecer o trabalho conjunto entre órgãos do governo e a sociedade civil na proteção das mulheres.
“Entre essas ações, está o incentivo à denúncia para interromper o ciclo de violência, permitindo que a rede de apoio possa atuar, reduzindo a subnotificação e ampliando a notificação de casos identificados. Nesse sentido, os registros desses casos podem estar relacionados às diversas campanhas de incentivo à denúncia e, ainda, a ampliação dos canais de denúncia, como o Maria da Penha on-line”, informou em nota.