Os cientistas descobriram que o estradiol tem um papel central no processo da Covid longa. Embora o hormônio feminino fortaleça a resposta imunológica inicial das mulheres, os altos níveis dele costumam prolongar a inflamação, contribuindo para a continuação dos sintomas.
Já entre os homens, a testosterona tem ação contrária. O hormônio tem efeito imunossupressor, reduzindo a probabilidade do paciente ter Covid prolongada, mas aumentando a vulnerabilidade à doença grave durante o quadro de infecção.
“Essas descobertas destacam a importância de avaliar as diferenças no risco da Covid longa após a infecção pelo Sars-CoV-2 em homens e mulheres. O estudo destaca também a necessidade do desenvolvimento de medicamentos direcionados e o melhor gerenciamento da doença”, afirmam os autores do estudo no artigo científico.
O estudoi foi realizado a partir de informações de 12.276 pessoas inscritas no banco de dados Recorv-Adult, a maior amostra de Covid longa da história, abrangendo 83 locais nos Estados Unidos. Os participantes foram recrutados entre outubro de 2021 e julho de 2024 — 73% eram mulheres.
A análise dos dados mostrou que, além dos hormônios, fatores imunológicos também podem ajudar a explicar a Covid longa em mulheres. O organismo feminino tem uma resposta imunológica inata mais robusta e combate melhor infecções iniciais, porém sofre inflamações prolongadas.
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada
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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma “segunda onda” dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo
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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia
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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa
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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns
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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%
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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade
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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar
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Perigos da Covid para as mulheres
A Covid longa é caracterizada por sintomas que permanecem ou aparecem pela primeira vez em até três meses após a infecção pelo coronavírus, que duram por pelo menos dois meses e que não podem ser explicados por outros motivos.
Além dos impactos físicos, como o comprometimento função pulmonar, as mulehres podem sofrer problemas graves de saúde mental, como ansiedade e depressão. Por isso, os pesquisadores alertam sobre a necessidade da criação de estratégias para a prevenção e tratamento delas.