Pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, publicaram, nesta quinta (3/8), um estudo que comprova a segurança, tolerabilidade e eficácia de um novo coquetel contra o HIV para pacientes pediátricos. A pesquisa, divulgada na revista The Lancet HIV, significa um grande avanço no tratamento de crianças com o vírus da aids.
O remédio é um tablete que contém três medicações: dolutegravir, abacavir e lamivudine. Os pesquisadores testaram o produto em 57 crianças em cinco países: 54 delas usaram o tablete por 24 semanas, e em 98% dos participantes, a quantidade de HIV no sangue continuou suprimida para uma quantidade menor que 200 cópias por mL ao final do período.
“Essa é a primeira combinação de dose única fixa contendo dolutegravir que pode ser usada para crianças entre 6 kg e 40 quilos. Historicamente, o tratamento para HIV em crianças tem sido complicado, já que exige o uso de vários tabletes e líquidos que nem sempre têm um gosto aceitável, então podem ser complicados de administrar”, explica a professora Kristina Brooks, uma das autoras do estudo, ao site da universidade.
Hoje, existem cerca de 2 milhões de crianças vivendo com HIV no mundo inteiro, mas apenas 52% estão sendo tratadas — apesar de representarem apenas 4% da população com o vírus, 15% de todas as mortes relacionadas à aids no planeta acontecem em crianças.
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida
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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos
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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus
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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus
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***injeção, máfia das próteses
O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses
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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais
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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV
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***camisinha, preservativo
É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo
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Para a cientista, o novo remédio pode facilitar a adesão ao tratamento, melhorando o prognóstico dos pacientes e ajudando os responsáveis na administração dos medicamentos. O estudo continua acompanhando algumas das crianças para analisar os resultados após um ano.
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