Estruturas de concreto armado, vergalhões de ferro e pneus em chamas deixaram de ser as principais “matérias-primas” para as facções criminosas do Rio de Janeiro construírem barricadas, seja para dificultar a aproximação das forças de segurança em alguma comunidade dominada pelo tráfico ou para evitar a fuga de veículos onde ocorrem arrastões.
Apenas neste ano, 49 ônibus foram sequestrados por criminosos para serem usados com esse fim. Muitos acabaram incendiados para se tornarem barreiras flamejantes.
Veja imagens:
Apenas nessa quinta-feira (10/4), sete ônibus foram sequestrados por bandidos e usados como barricadas em pontos próximos ao Complexo do Chapadão, entre os bairros da Pavuna, de Costa Barros, de Anchieta e de Ricardo de Albuquerque – todas regiões dominadas por facções, como Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP).
O mesmo ocorreu na Linha Amarela, na altura do Complexo da Maré, ambas na Zona Norte do Rio de Janeiro e também controladas pelo tráfico.
O Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) informou que, só nessa quinta-feira (10/4), 11 linhas ficaram com a operação prejudicada após terem coletivos sequestrados. Além disso, todas as que passam pela Linha Amarela foram afetadas.
Suspeitos armados
O comando do 41º Batalhão de Polícia Militar do Rio de Janeiro (Irajá) informou que, durante passagem pelo Complexo do Chapadão, reduto de traficantes do CV, PMs encontraram suspeitos armados. Em seguida, houve um confronto, e dois deles acabaram feridos e levados para o Hospital Carlos Chagas.
Um terceiro suspeito foi detido, e dois fuzis foram apreendidos. A ocorrência ficou sob responsabilidade da 39ª Delegacia de Polícia (Pavuna).
Em outro momento, durante uma manifestação, criminosos deixaram ônibus atravessados em ruas de acesso ao Chapadão. Após a atuação da polícia, as vias foram liberadas, e o policiamento ficou reforçado na região.
Mais uma vez, a Rio Ônibus fez um apelo às autoridades de segurança pública e cobrou providências urgentes para “devolver o direito de viver em paz à população carioca”.