Pré-adolescentes entre os 9 e 14 anos estão na idade mais vulnerável ao papiloma vírus humano (HPV). Mesmo assim, no Distrito Federal, a taxa de cobertura vacinal nessa faixa etária está abaixo da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde (MS), que é de 80%.
Nos últimos dez anos, entre 2017 e 2023, 59,4% das meninas receberam a segunda dose do imunizante contra a doença, enquanto apenas 29,9% dos meninos tomaram a vacina, segundo dados da Secretaria de Saúde (SES-DF).
Nesta segunda-feira (4/3), considerada o Dia Internacional da Conscientização sobre o HPV, é destacada a importância da prevenção e da detecção precoce do vírus, que é a infecção sexualmente transmissível (IST) mais frequente no mundo. Os tipos 16 e o 18 são responsáveis por 70% dos casos globais de câncer do colo uterino.
A imunização da população do DF acontece conforme as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI), usado pela rede pública de saúde da capital. Meninos e meninas de 9 a 14 anos seguem o esquema de duas doses e intervalo recomendado de seis meses entre a primeira e a segunda administração da vacina – o meio mais seguro e eficaz para combater o HPV.
Público-alvo
Pessoas de 9 a 45 anos que tenham HIV/Aids, transplante de órgãos ou medula óssea, ou sejam pacientes oncológicos ou imunossuprimidos devem receber a vacina contra o HPV com prescrição médica na rede pública. O esquema vacinal para esses grupos é de três doses, com intervalo mínimo de 60 dias entre a primeira e a segunda dose, e de 180 dias entre a segunda e a terceira dose. A vacina é contraindicada para gestantes e alérgicos aos seus componentes.
Desde agosto de 2023, vítimas de violência sexual entre 9 e 45 anos que não foram vacinadas foram incluídas nas situações especiais. O esquema para esse grupo é de duas doses para pessoas de 9 a 14 anos, com intervalo de seis meses, e de três doses para pessoas de 15 a 45 anos, com intervalos de 60 dias entre a primeira e a segunda dose, e de 6 meses entre a segunda e a terceira dose.
Onde tomar a vacina?
Para auxiliar na prevenção, a SES-DF oferece a vacina quadrivalente, que protege contra os vírus dos tipos 6, 11, 16 e 18, para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Basta procurar uma das 176 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) espalhadas pela capital federal. A lista dos locais de vacina está disponível no site da pasta.
Já aqueles que fazem parte do grupo de imunobiológicos especiais são vacinados no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Distrito Federal (CRIE/DF) e no Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib).
Papiloma vírus humano
O HPV é um vírus que pode afetar a pele e as mucosas oral, genital e anal, resultando em verrugas ou lesões que podem progredir para cânceres como os de colo do útero, vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe. Sua principal forma de transmissão é através de relações sexuais, mas também pode ocorrer contágio sem penetração desprotegida.
O vírus é frequentemente assintomático, o que significa que muitas pessoas infectadas podem não mostrar sinais visíveis. No entanto, em alguns casos, pode causar sintomas como verrugas genitais, lesões precursoras de câncer (especialmente no colo do útero), infecções respiratórias e na garganta, coceira, irritação, desconforto ou dor associados às verrugas genitais.
Não há um tratamento específico para eliminar completamente o vírus, mas o sistema imunológico pode combatê-lo naturalmente ao longo do tempo. Portanto, o tratamento visa principalmente controlar os sintomas e, em alguns casos, monitorar e tratar lesões precoces associadas ao risco de câncer. Isso pode incluir remoção de verrugas, uso de medicamentos tópicos e terapia a laser.
