A vacina é a principal maneira de evitar que a gripe seja responsável por quadros graves em pacientes do grupo de risco. Por sua importância, o imunizante é atualizado e administrado todos os anos, e está disponível tanto na rede pública quanto na privada. Porém, uma versão mais forte da fórmula só pode ser utilizada em idosos.
Indicada em bula apenas para pessoas com mais de 60 anos, a Efluelda, fabricada pela Sanofi, foi aprovada pela Anvisa em 2022 e começou a ser aplicada em laboratórios privados no ano passado. Ela é diferente de outras vacinas da gripe por conter quatro vezes mais antígenos (pedaços do vírus) que as vacinas padrão.
Diferente da trivalente, que é aplicada no Sistema Único de Saúde (SUS) em idosos, gestantes e trabalhadores da saúde, a Efluelda tem quatro cepas do vírus influenza, que causa a gripe — por isso, é considerada um imunizante quadrivalente de alta dose (HD4V).
A vacina protege contra as mesmas cepas do vírus que a fórmula mais conhecida (H1N1, H3N2 e Victoria), além da variante Yamagata. A Efluelda não é o único imunizante quadrivalente e outros produtos estão disponíveis na rede privada: a diferença é que ela possui uma alta dosagem de vírus atenuado (60 microgramas em comparação aos 15 microgramas usados no imunizantes mais comuns).
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) indica a Efluelda especialmente para idosos imunocomprometidos, mas todos acima de 60 anos podem tomá-la e, se for possível, dar preferência ao imunizante.
O preço das doses varia entre 250 e 300 reais, a depender do local que faz a aplicação. A HD4V deve ser usada anualmente e pode ser administrada como reforço da vacina trivalente, mas é preciso esperar ao menos três meses entre uma dose e outra.
A SBIm a indica como reforço especialmente para pessoas que viajarão para o hemisfério Norte, onde circulam mais as formas de tipo B da gripe (Victoria e Yamagata).
Segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet em 2015, o uso da vacina HD4V leva a uma menor quantidade de internações comparada com a trivalente. A cada 100 idosos acima de 65 anos imunizados, 1,01 foi internado com gripe no caso da vacina comum, frente aos 0,93 do quadrivalente. Segundo a SBIm, outros estudos apontam que a proteção geral da super-vacina foi 24% mais eficiente que a da comum.
Qualquer vacina é melhor que nenhuma
Embora a Efluelda seja a opção mais indicada caso o indivíduo possa pagar a aplicação, todas as vacinas são eficazes para reduzir drasticamente as chances de complicação da gripe nos grupos de risco.
“Os idosos devem se imunizar com qualquer vacina disponível. A gripe pode provocar complicações graves que podem levar a problemas sérios no coração, metabolismo e ainda perda de autonomia na terceira idade. Evitá-la deve ser uma prioridade”, diz a infectologista Rosana Richtmann, do Hospital Emilio Ribas, em São Paulo.
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De acordo com infectologistas, a gripe é causada por vários vírus diferentes, mas os principais são os subtipos H1N1 e H3N2 do influenza Getty Images
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Os principais sintomas da gripe são dor no corpo, fadiga, febre, secreção, coriza, espiros e tosse. Os casos são limitados e, em dois ou três dias, o paciente não apresenta mais indícios da doença Getty Images
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A indicação é que pessoas gripadas bebam bastante líquido e descansem Getty Images
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O uso da máscara é importante em caso de infecções respiratórias Getty Images
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Efeitos adversos da vacina da gripe
Como a HD4V possui uma maior quantidade de vírus, ela também pode causar efeitos adversos de forma mais frequente, ainda que eles não sejam considerados mais graves que os de uma injeção comum contra a gripe.
As reações adversas registradas são dor e inchaço no local da injeção (42,6%), dor muscular (23,8%), dor de cabeça (17,3%) e mal-estar (15,6%), em intensidade leve a moderada. A maioria dos sintomas é resolvido em menos de três dias após a vacinação.
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